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18/06/2008 - Alta do PIB agrícola deve ser de 10%
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Apesar da preocupação com a inflação, os dados do setor agropecuário continuam vigorosos. Impulsionado pelo crescimento da produção de grãos, café e proteínas animais, pela alta do preço dos insumos agrícolas e pela elevação dos preços dos alimentos, o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio deve crescer pelo menos 10% este ano na comparação com o resultado de R$ 582,6 bilhões obtido em 2007, quando o crescimento foi de 7,88% em relação a 2006. No primeiro trimestre de 2008, o PIB cresceu 2,81%, variação superior à registrada em igual período do ano passado, de 0,74%.
Já os preços dos alimentos deverão continuar em alta no mercado interno, alertou ontem o superintendente-técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Ricardo Cotta. Estimativa feita pela entidade mostra que os preços pagos aos produtores rurais tiveram aumento de 15,74%, em reais no acumulado do primeiro trimestre do ano. Em igual período, os índices de inflação dos alimentos subiram cerca de 2%, de acordo com Cotta. "Muito pouco foi repassado para o consumidor final", afirmou.
Além disso, o produtor vai gastar mais para cultivar a safra 2008/2009, a partir de meados de setembro, variação que também será repassada ao consumidor. Uma previsão feita pela CNA indica elevação de 13% nos custos de produção da soja no município de Sorriso, no Mato Grosso, importante estado produtor de grãos. Para cultivar cada lavoura, os produtores da região vão gastar R$ 1.412,73 por hectare, contra um desembolso de R$ 1.250,40 por hectare no ano passado. Se houver problemas fitossanitários, como a ferrugem asiática na soja, o custo será ainda maior.
Segundo ele, a população vai sentir os impactos desse cenário. "O produtor não consegue mais produzir pelos custos antigos." Ele lembrou que, devido ao ritmo de produção do País - a safra principal é colhida nos primeiros meses do ano - os preços dos alimentos recuam no primeiro semestre e sobem no segundo. A colheita das lavouras de arroz e feijão pode representar pequenos recuos de preços desses produtos, o que não acontecerá com a carne bovina. "Nos últimos anos, os custos subiram e os preços de venda caíram, o que provocou o abate de matrizes. Nesse caso, é impossível ter uma recuperação no curto prazo", disse. PIB.
Outro dado divulgado pela CNA mostra que o Valor Bruto da Produção (VBP) para 25 produtos agropecuários confirma tendência de crescimento em 2008 em decorrência da safra recorde de grãos e da elevação dos preços no mercado interno e externo. De acordo com CNA, o VBP, que é o faturamento obtido com a venda desses produtos, será de R$ 277 bilhões em 2008, em comparação com R$ 217,5 bilhões em 2007, o que representa aumento de 27,4%.
Cotta lembrou que nem toda essa riqueza chega ao bolso do produtor rural. Isso porque, explicou ele, o bom resultado do PIB foi influenciado principalmente pela alta dos preços dos insumos agrícolas, principalmente fertilizantes, item que representa 30% do custo de produção da atividade agrícola. No primeiro trimestre, os preços dos insumos subiram 5,65%, variação que é de 75% no acumulado dos últimos 12 meses.

Elevação dos preços mantém superávit comercial em maio
O aumento nos preços dos produtos agrícolas ajudou a manter as exportações do agronegócio brasileiro em alta nos cinco primeiros meses do ano e garantiram resultado positivo na balança comercial do setor. Segundo a CNA, com base nos dados do Ministério do Desenvolvimento, as exportações cresceram 25% de janeiro a maio deste ano em relação ao mesmo período de 2007. Já as importações aumentaram 40%. Apesar do crescimento maior das importações, o Brasil continua registrando superávit nessa área.
A diferença entre as exportações (US$ 27,2 bilhões) e importações (US$ 4,7 bilhões) no período resultou em um superávit de US$ 22,5 bilhões. Isso representa um crescimento de 22,5% em relação ao resultado do ano passado. Sem o agronegócio, a balança comercial brasileira como um todo teria um déficit de US$ 13,9 bilhões no período, ao invés do superávit de US$ 8,6 bilhões registrado.
O impacto da alta de preços pode ser percebido, por exemplo, no caso da soja, que lidera as exportações brasileiras do setor. A quantidade exportada avançou apenas 5,6%. O valor vendido, no entanto, cresceu 65%, devido ao aumento de 56% no preço. O segundo produto mais exportado foram as carnes, que tiveram aumento de 30,8% nas vendas para o exterior (2,5% na quantidade e 27,6% no preço). Juntos, os dois produtos representaram quase 50% das exportações do agronegócio até maio. O único setor com queda nas exportações foi o sucroalcooleiro (-10,2%). O álcool teve um aumento de 16% na quantidade exportada, mas uma redução de 2,4% no preço. O açúcar registrou queda na quantidade (-13%) e no preço (-5%).

IPC-S perde força na Capital, segundo a FGV
A alta dos alimentos perdeu um pouco do ímpeto na segunda semana de junho em Porto Alegre. O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), mostrou desaceleração no aumento da alimentação, com avanço dos preços de 1,54% ante 2,82% da semana anterior.
O índice capta sempre o comportamento dos valores nos últimos 30 dias. O IPC-S geral ficou em 0,71%, com leve recuo ante 0,91% da primeira semana do mês. Porto Alegre ostentou a penúltima posição do IPC-S entre as sete capitais pesquisadas pela FGV no País, perdendo apenas para Belo Horizonte, que teve 0,49%. São Paulo, com inflação de 1,23%, liderou as altas.
Segundo o responsável pelo escritório do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV na Capital, Marcio Fernando Mendes da Silva, a redução na velocidade do aumento das hortaliças e dos legumes, cuja variação passou de 13,81% para 8,86%, a deflação nas frutas (-6,35% para -8,32% de uma semana para outra) e a alta menor do pãozinho francês, que subiu 6,08% ante 8,67% da primeira semana, ajudaram na desaceleração do índice.
"Mesmo com a desaceleração dos preços na última semana, o custo da alimentação continua pressionando a inflação e responde por 29,7% do índice", alerta o responsável pelo Ibre na Capital.
No grupo alimentação, refeição em restaurante teve aceleração na segunda semana. Os preços neste tipo de estabelecimento subiram 1,35% ante 0,87% do período anterior. A alface, que chegou a subir 44,35% na primeira semana, elevou-se em 18,67% nos últimos sete dias.

Lula afirma que é possível conter
índice e assegurar o crescimento
O governo está preocupado com a alta dos alimentos, mas avalia ser possível controlar a inflação e manter o crescimento econômico. O diagnóstico foi feito ontem pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante reunião da coordenação política, no Palácio do Planalto. Lula cobrou empenho dos ministros no lançamento do Programa de Incentivo à Produtividade da Agricultura Familiar, previsto para o fim deste mês.
O grande desafio do governo, disse o presidente, é conter a escalada inflacionária e a alta do petróleo. Da mesma forma que fez na reunião ministerial, há nove dias, Lula destacou a importância do programa de estímulo à produção de fertilizantes. Lembrou que o Brasil importa 80% dos fertilizantes e que alguns deles tiveram alta de 300% nos últimos meses. Para o presidente, o aumento do preço dos alimentos é um fenômeno mundial.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse aos colegas que é importante mostrar o governo unido para enfrentar a alta dos preços. A ordem é manter o discurso de que tudo está sendo feito para combater a inflação. Na avaliação da cúpula do governo, as medidas preventivas para arrefecer as pressões inflacionárias já começaram a surtir efeito. Entre elas estão os aumentos do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), da taxa básica de juros pelo Comitê de Política Monetária (Copom) e da meta de superávit primário para 4,3% do Produto Interno Bruto (PIB).

Bndes prepara medidas para aumento do custo de vida
As medidas que o governo está preparando com o objetivo de reduzir as pressões inflacionárias sobre alimentos podem ajudar não só no mercado doméstico, mas também repercutir no exterior. A avaliação foi feita ontem pelo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes), Luciano Coutinho. "O presidente tem convocado o governo para a promoção da oferta de alimentos e deverá em breve anunciar medidas nessa direção para que o Brasil ajude a mitigar pressões não só no mercado doméstico mas até, em certos casos, no mercado internacional de preços de produtos agrícolas", afirmou.
Ele afirmou que o governo está muito preocupado com a inflação e não limitou o interesse do governo na alta de preços de alimentos, que citou apenas como exemplo do tipo de pressão que está no foco das atenções do governo. Para Coutinho, em algum momento não previsto, a pressão sobre os preços das commodities vai se reduzir e a atual alta de inflação vai passar.
"Não é tolerável pelo mundo, a continuação interminável da alta de algumas commodities como petróleo", salientou o presidente do Bndes. "Eventualmente, algum ajuste de contas desse processo tem que vir", completou. Coutinho disse não saber quanto tempo vai durar a pressão internacional de preços de commodities.

Subsídio do setor primário supera
em nove vezes o do industrial
O setor agrícola dos países ricos recebe subsídio nove vezes superior ao setor industrial. A constatação é do Bird que alerta que os países em desenvolvimento foram os que mais liberalizaram suas economias na última década e aponta que as barreiras mais protecionistas ainda estão na Europa e nos Estados Unidos, dificultando as exportações das economias mais pobres.
Em dez anos, a tarifa média cobrada sobre a importação no mundo passou de 14,1% para 9,4%. A redução foi de 33%. Mas segundo a entidade, foram os países em desenvolvimento que mais promoveram medidas de liberalização do comércio e já estão convergindo rumo às taxas cobradas pelos países ricos. No geral, os países emergentes cortaram em 46% suas tarifas de importação, contra uma redução apenas marginal por parte dos países ricos. O resultado é que, hoje, os países ricos têm uma tarifa média de importação de 6% contra 11% nos emergentes.
Na Organização Mundial do Comércio (OMC), americanos e europeus insistem que, sem uma maior abertura do setor industrial pelos países emergentes, não haverá acordo. Hoje, a África é quem tem as maiores tarifas, com 26%. Mas reduziu em 50% a média em uma década. A menor taxa está na Europa Central, com 7%. Mas a América Latina não está distante, com 9%. Em menos de dez anos, o Egito reduziu suas tarifas de importação de 47% para 17%, a Índia, de 32% para 15%, Maurício, de 18% para 3,5% e a China, de 14% para 10%.
Se na média os países ricos têm as tarifas mais baixas, o Banco Mundial alerta que isso não é suficiente para mostrar quem são os mais protecionistas. Isso porque os ricos também aplicam tarifas de mais de 350%, principalmente sobre os produtos de interesse dos países emergentes. O Banco Mundial mostra que a maior tarifa cobrada na América Latina é de 108,1%.





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