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16/09/2008 - Vendas de fim-de-ano podem crescer 8%
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A recente elevação dos juros básicos não será obstáculo para as vendas do varejo no último quadrimestre do ano. Dirigentes do setor no Estado apostam em crescimento entre 7% e 8% nos negócios no período, efeito das compras do Dia das Crianças e do Natal, principal data promocional do comércio no ano e que chega a significar um mês e meio de vendas ou até dois, dependendo do segmento. A oferta de crédito deve manter o atrativo para parcelamentos maiores. Entidades e economistas sugerem apenas cautela na hora de avaliar a capacidade de endividamento da clientela.
Renda e emprego em expansão são apontados como elementos decisivos para a projeção de alta de 7% feita pela Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas (FCDL). O presidente da entidade, Vitor Koch, acredita na manutenção do aquecimento em setores como construção civil e maior impulso para eletrodomésticos e móveis, que ganham mais espaço nos gastos de famílias que adquiriram imóveis ou fizeram reformas. A estréia das coleções primavera-verão no ramo de confecções e calçados impulsiona os gastos. Para as compras para o público infantil e para o Natal, Koch lembra que a maior concorrência da indústria nacional favorecerá o consumidor.
"Temos problema na entrega dos importados e os fabricantes locais ajustaram preços e melhoraram produtos para disputar vendas", destaca o dirigente. O comprometimento da renda com financiamentos, estimado em 30%, tem se mantido. Para o presidente da FCDL, o nível de endividamento é tolerável, mas exige maior cautela dos estabelecimentos. "Temos um consumidor com ânsia de comprar e um lojista que quer vender. É hora de dosar bem as decisões", adverte Koch. "As pessoas ainda têm a cultura de fazer a renda caber na prestação e não o contrário".
A palavra otimismo domina 60% dos mais de 300 empresários ouvidos pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Porto Alegre em pesquisa recente, que buscou avaliar as expectativas sobre o desempenho nos negócios entre outubro e dezembro. Para o presidente da CDL, Vilson Noer, o comportamento reforça a suspeita que o impacto da alta recente da Selic, que passou de 13% para 13,75%, poderá ser sentido em 2009. As consultas ao Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) cresceram 15,42% em agosto. O mesmo mês aponta para recuo da inadimplência, que foi de 10,5%, ante 11,12% do mesmo período de 2007 e de 12,9% em 2006. Noer evita projetar índices de fechamento do ano.
A Federação do Comércio do Estado (Fecomércio) projeta ampliação entre 7% e 8% nas vendas do ano, com destaque para itens como produtos de informática, veículos e móveis e eletrodomésticos. Esses dois ramos lideraram o Índice de Vendas do Comércio do Estado (IVC-RS), divulgado pela Fecomércio-RS e Fundação de Economia e Estatística (FEE), em julho, com altas de 29,6%, 17,6% e 16,6% respectivamente. No mesmo mês, o varejo apresentou elevação de 7,8%, mesmo desempenho de agosto de 2007 a julho deste ano. Já o comércio de tecidos, confecções e calçados teve queda de 7,8% em julho. O assessor econômico da Fecomércio-RS, Carlos Cardoso, atribui a freada nos setores ao frio que aqueceu vendas entre maio e junho.
No segmento de brinquedos, a rede Del Turista, com lojas na Capital e em Caxias do Sul, registrou alta nas vendas mais cedo. No fim-de-semana passado, um mês antes da data, a procura por presentes surpreendeu. A gerente de uma das filiais da rede Beatriz Mayer afirma que o movimento esgotou algumas mercadorias. Na linha de importados, a empresa enfrenta problemas de estoque, com atraso na chegada de encomendas. "Estamos buscando alternativas na indústria nacional", diz Beatriz. A aposta é de aumento entre 8% e 9% no Dia das Crianças e que deve se manter até o Natal. A gerente observou ampliação na faixa de gastos. O tíquete médio pulou de R$ 80,00 a R$ 90,00 para R$ 120,00. "Mães e pais estão atrás de presentes com mais qualidade", justifica Beatriz Mayer.

Especialistas afirmam que a economia interna está mais sólida
As vendas do comércio no fechamento de 2008 só serão frustradas se houver uma reviravolta nos indicadores favoráveis da economia nacional. Para analistas da Fundação Getulio Vargas (FGV) e da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), a economia interna apresenta indicadores sólidos que reforçam projeção positiva para o setor. A elevação da Selic, que voltou a subir a partir de abril, não tem sido repassada pelos bancos e financeiras com a mesma voracidade de anos anteriores, segundo a Anefac.
A entidade calculou em apenas 0,04 ponto percentual a alta das taxas do crediário em agosto, efeito da passagem da taxa básica de 12,25% em junho para 13% em julho. O impacto da recente elevação, para 13,7% ao ano, ainda não foi medido. O vice-presidente da Anefac, Miguel de Oliveira, interpreta a menor voracidade à pressão do varejo e da população, além da maior oferta de crédito. A taxa média mensal do crediário no Estado passou de 6,48% em julho para 6,52% em agosto, acumulando 113,39% no ano.
Oliveira espera transferência da recente alta para os financiamentos de setembro. O analista pondera que a decisão da população sobre gastos no fim-de-ano será pautada mais pela crença na manutenção de emprego e da oferta de parcelamentos do que pelo custo dos financiamentos. Para Oliveira, a queda na inadimplência também reflete um maior rigor na concessão de crédito.
A FGV registrou recuperação no Índice de Confiança do Consumidor Brasileiro em agosto, medida mensalmente em sete capitais, entre elas Porto Alegre. O indicador cresceu 9,3% ante julho. O coordenador de sondagens conjunturais do órgão, Aloísio Campelo, atribui a mudança à desaceleração da inflação, apesar de considerar ainda cedo para afirmar que a tendência de recuo dos preços se mantenha nos próximos meses.
Para Campelo, o crescimento da economia é puxado principalmente pelo mercado interno, o que torna o País menos vulnerável à turbulência externa, leia-se crise norte-americana. O coordenador aposta em um Natal de boas vendas, mas previne que o efeito dos juros mais elevados deverá apresentar sua fatura no começo do ano, quando os consumidores geralmente estão endividados. (PC)






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