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01/12/2008 - Trabalhadores da GM vivem expectativa
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Não é só o presidente Luiz Inácio Lula da Silva que quer ver os brasileiros comprando automóveis. O metalúrgico Gilberto da Silva Soares, 43 anos, e o motorista Karl-peter Cândido, 23 anos, torcem para que o freio puxado nas vendas seja liberado o quanto antes. Soares retorna hoje de 15 dias de férias coletivas na General Motors (GM), em Gravataí, trabalha uma semana e volta ao descanso compulsório até 4 de janeiro. A incerteza sobre 2009 preocupa o metalúrgico, empregado desde 2002 na planta. Cândido espera ansioso que modelos vendidos deixem o pátio lotado da fábrica, direto para a cegonha, parada desde segunda-feira passada na rodovia lateral. O último carregamento que ele fez foi há duas semanas.
Soares está ansioso para reencontrar colegas da área de melhoria de processos. O assunto certamente será um só: o que os espera depois de 5 de janeiro. Da última vez que se reuniram, foi para ouvir o líder de grupo anunciar as primeiras férias coletivas pós-crise e explicitar as razões: ajustar a produção aos estoques em alta, ante a queda nas vendas provocadas pelo encurtamento dos financiamentos e do crédito. O marido da cozinheira Elisabete, que deixou o emprego para cuidar da casa, descreve que "naquele dia a ficha caiu". Já a notícia de nova temporada de descanso veio por uma estação de rádio, enquanto Soares retocava a pintura da moradia da família.
Desde fevereiro, o casal e a filha de dez anos residem no loteamento Jardim das Acácias, a dez minutos da fábrica. Eles venderam a antiga casa em Canoas e investiram todo o dinheiro - R$ 25 mil - no novo imóvel e na aposta de um futuro promissor na GM. Até porque o marido de Elisabete enfrentou um ano de seleção até ser contratado. "Sonhava em vir para cá", recorda. Agora a ordem em casa é segurar despesas, promover um Natal sem excessos e torcer por um Ano-Novo de encomendas aquecidas na fábrica.
A expectativa sobre o ritmo da produção até sexta-feira interessa aos 2,3 mil funcionários da montadora. A queda nas vendas desde outubro implica redução da cota de participação nos lucros e resultados (PPR) do ano. Soares poderá receber R$ 3,5 mil caso a fábrica alcance 190 mil unidades, a mesma quantidade de 2007. O plano era bater nos 220 mil, com PPR de R$ 4 mil para um salário de R$ 1,1 mil. A capacidade da planta foi ajustada no ano passado para até 230 mil. "Falta pouco. Em cinco dias, conseguimos, dependendo da produção diária", contabiliza o metalúrgico. Antes da crise, saíam da linha de montagem 800 unidades por dia, que caíram para 400 com a desaceleração. Antes da crise, Soares trabalhava 22 minutos a mais em cada dia e dois sábados por mês. Em novembro, o metalúrgico teve expediente de um dia só e terá apenas de cinco neste mês.
Reaquecimento nas vendas, cujo desempenho do mês passado deve ser divulgado nesta semana, interessa e muito ao cegonheiro Cândido. Acostumado a fazer até três viagens por semana levando veículos para o Sudeste, o motorista amargou nova frustração na sexta-feira passada, quando ficou fora de chamadas para transporte. Naquele dia, havia carga em Rio Grande, de modelos vindos das plantas da Argentina da GM. Com pouco movimento, Cândido reduz seus ganhos, de R$ 2 mil para pouco mais de R$ 1 mil. "Teve motorista que pediu demissão para tentar outro trabalho devido à queda do salário", conta. Em dois anos no emprego, ele afirma nunca ter visto crise igual. O jovem, que reside em São Paulo, pretende resistir. "Tenho esperança de que a situação vai melhorar. As pessoas estão com medo de gastar. Não é por falta de dinheiro que não estão comprando carro", opina o motorista, sobre as razões da vendas em baixa.






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