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12/10/2008 - Investimento recorde eleva o PIB em 6,8%
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Nível de investimento recorde, puxado pela construção civil e bens de capital, crescimento da massa salarial e consumo das famílias fizeram o Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre crescer 1,8% em relação ao trimestre anterior e 6,8% na comparação com o mesmo período do ano passado. No ano, o PIB acumula alta recorde de 6,4%. E, segundo a gerente de contas trimestrais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Rebeca Palis, mesmo que ocorra um crescimento zero no quarto trimestre em relação a igual período do ano passado, o resultado em 2008 seria de 4,8% positivo. Para crescer no mesmo nível de 2007 (5,7%), o PIB do quarto trimestre deveria subir ao menos 3,7%.
Apesar de o resultado ter surpreendido o mercado financeiro, os dados de julho a setembro não refletem ainda o recrudescimento da crise financeira internacional, a partir de 15 de setembro, quando houve a quebra do Lehman Brothers, o quarto maior banco americano. Portanto, esse desempenho é considerado como o ápice do crescimento e economistas não descartam uma queda de até 1% no quarto trimestre em comparação com o terceiro trimestre e até mesmo recessão em 2009, embora não seja o que defende o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de acordo com relato do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. "O PIB do quarto trimestre não vai dar zero porque o comércio está vendendo muito", disse Lula, segundo o ministro.
A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), indicador de investimentos no País, cresceu 19,7% no terceiro trimestre em relação a igual período do ano passado e 6,7% na comparação com o segundo trimestre de 2008. O resultado foi recorde da série iniciada em 1996 em todas as bases de comparação, segundo Rebeca Palis.
Segundo ela, a expansão da FBCF foi puxada tanto pela produção e importação de máquinas e equipamentos, quanto pelo ótimo desempenho da construção civil. O crescimento da construção civil, de 11,7% no terceiro trimestre de 2008 ante igual período do ano passado, foi a maior expansão trimestral para o setor apurada pelo IBGE. Esse segmento responde por cerca de 40% da FBCF, enquanto os 60% restantes ficam com máquinas e equipamentos.
O aumento da construção está relacionado ao aumento nominal de 32,3% no crédito direcionado à habitação e ao aumento de 3,4% no pessoal ocupado do setor no trimestre. De acordo com Rebeca, na comparação com igual trimestre de ano anterior, a FBCF apresentou o 19º aumento consecutivo nessa base de comparação. "Foi um trimestre muito favorável ao investimento, apesar do aumento da taxa de juros", disse.
Segundo ela, a FBCF também foi influenciada pelo aumento nominal do crédito de recursos livres para pessoa jurídica (42,1% no terceiro trimestre ante igual período do ano passado) e pelo crescimento nominal de 23,1% nas operações de crédito do Bndes. A taxa de juros efetiva Selic passou de 11,5% ao ano no terceiro trimestre de 2007 para 12,9% ao ano no terceiro trimestre de 2008, mas isso não afetou o forte investimento no período.

Elevação do consumo é a maior desde 1996
A economista Rebeca Palis do IBGE disse que, mais do que o crédito, a forte expansão da massa salarial foi um dos principais impulsos para a aceleração do crescimento do PIB. Segundo ela, a massa salarial real passou de uma expansão de 8,1% no segundo trimestre ante igual período do ano passado, para 10,6% no terceiro trimestre. "Mais que a continuidade do crescimento do crédito, chamou atenção o aumento da massa salarial, com expansão do emprego e do rendimento médio real", disse. A massa salarial puxou o consumo das famílias que, juntamente com os investimentos, impulsionou o PIB. "Isso afetou diretamente o consumo das famílias, item que representa 60% do PIB."
O consumo das famílias cresceu 7,3% no terceiro trimestre deste ano, ante igual período no ano passado. De acordo com Rebeca, a taxa de elevação do consumo foi a maior desde o início da série, em 1996. A taxa de crescimento do consumo das famílias no terceiro trimestre deste ano foi equivalente à taxa de aumento do quarto trimestre de 2007, quando o consumo das famílias cresceu 7,2%. Segundo a economista, a taxa do terceiro trimestre deste ano foi igual à apurada no primeiro trimestre de 1997 (7,3%).
Segundo ela, houve um expressivo aumento da renda no terceiro trimestre do ano. A massa salarial real cresceu 10,6% no período, em comparação com igual trimestre do ano passado. Esse percentual de elevação para a massa salarial era de 8,1% no segundo trimestre deste ano, ante igual período em 2007.
Ela ressaltou ainda outro fator que levou a esse cenário: a oferta expressiva de crédito. A técnica admitiu que o crescimento nominal de 29,6% do saldo de operações de crédito no sistema financeiro (com recursos livres para pessoas físicas) no terceiro trimestre comparado foi menos intenso do que o apurado no segundo trimestre deste ano ante igual trimestre no ano passado (32%). Mas ainda assim, o patamar de elevação é expressivo, na análise da economista. O consumo do governo registrou crescimento de 6,4% no terceiro trimestre e aumentou 1,5% comparativamente ao segundo trimestre de 2008.
O Produto Interno Bruto da indústria cresceu 7,1% no terceiro trimestre de 2008 ante igual trimestre do ano passado. Na comparação com o segundo trimestre deste ano, houve expansão de 2,6%.
O PIB da agropecuária registrou variação de 6,4% no terceiro trimestre ante igual período de 2007 e de 1,5% comparativamente ao trimestre imediatamente anterior.

Cana, café e trigo puxam o agronegócio
Segundo a gerente de contas trimestrais do IBGE, Rebeca Palis, o aumento de 6,4% no PIB da agropecuária no terceiro trimestre, ante igual período do ano passado, foi puxado especialmente pela cana-de-açúcar (17,4%), café (28,3%) e trigo (41,3%), produtos que têm colheita nesta época do ano. Na comparação com o segundo trimestre de 2008, o PIB agropecuário aumentou 1,5%.
Rebeca sublinhou que, caso o ano tivesse terminado em setembro, a agropecuária teria sido o grande destaque entre os setores da economia, em termos de magnitude de crescimento. O setor registrou uma alta acumulada de 7,2% no PIB no acumulado de 12 meses até setembro, acima da indústria (5,8%) e dos serviços (5,7%). O bom desempenho reflete a safra recorde, de 145,7 milhões de toneladas, 9,4% acima do ano passado, prevista pelo IBGE para 2008.
Para o professor do Centro de Estudos Agrícolas da FGV Mauro de Rezende Lopes, o crescimento expressivo do PIB da agricultura reflete a colheita da safra recorde de 144 milhões de toneladas de grãos neste ano e a entrada em operação, a partir de julho deste ano, de vários frigoríficos. A forte queda dos preços do milho e da soja nos últimos dois meses não deve afetar o desempenho do PIB neste ano.

Quarto trimestre pode ter recessão técnica
Para o economista-chefe da LCA Consultores, Bráulio Borges, há "70% de risco de o Brasil registrar recessão técnica no primeiro semestre de 2009". Na sua avaliação, o PIB deve fechar 2008 com um crescimento de 6,2%, acima da previsão anterior de 5%. "O vigor do PIB em 2008 deve empurrar para 2009 a desaceleração que o País deve registrar por causa dos efeitos da crise internacional", comentou.
Segundo ele, o Brasil deve mostrar uma queda do PIB de 0,7% no primeiro trimestre de 2009 na margem e exibir uma redução menor, ao redor de 0,1%, entre abril e junho. Na avaliação de Borges, o PIB do quarto trimestre deve subir 0,4 ponto percentual em relação ao terceiro trimestre deste ano.
Para o economista-chefe do Banco Schahin, Silvio Campos Neto, o resultado do PIB não muda as perspectivas bem menos animadoras para o quarto trimestre. Para ele, o PIB do quarto trimestre cairá até 1% em relação ao terceiro trimestre.

Governo festeja resultados e mantém otimismo
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o crescimento forte do PIB no terceiro trimestre coloca o Brasil em condições mais favoráveis para o enfrentamento da crise internacional. Segundo ele, o desempenho positivo até setembro deu musculatura para que o País atravesse o período mais difícil da economia mundial. "Estamos em um período de turbulência, mas nossa desaceleração será menor do que a de outros países que já estavam com crescimento debilitado."
Apesar do tom otimista, o ministro admitiu que o País vai desacelerar no quarto trimestre e registrará crescimento em torno de 3%, fechando o ano com uma taxa de 5% a 5,5%. Lembrando que nos últimos trimestres a economia brasileira cresceu a taxas superiores a 6%, o ministro destacou que essa expansão tem ocorrido de forma equilibrada, com a inflação sob controle. "A inflação só subiu por conta do choque de commodities", afirmou.
Ele também ressaltou o papel dos gastos públicos como propulsor do crescimento. Segundo o ministro, apesar de os gastos do governo terem crescido menos que o PIB, eles deram sua contribuição para esse desempenho favorável sem que as contas públicas fossem prejudicadas. Ele citou os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e mencionou especificamente as despesas com programas sociais que contribuíram para o crescimento superior a 7% na demanda das famílias.
Mantega afirmou que o terceiro trimestre não será o último com crescimento forte no governo Lula. Segundo ele, apesar de ser esperada uma desaceleração da economia no quarto trimestre e em 2009, o País deve voltar a ter taxas expressivas de crescimento em 2010.
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, também fez uma avaliação positiva dos números do PIB. Ele avalia que os dados são um sinal de que a desaceleração da atividade do Brasil não deve ser tão forte como em outros países e que os fundamentos econômicos criam condições para que o Brasil continue crescendo. "Os números divulgados pelo IBGE para o PIB do terceiro trimestre comprovam a solidez e a força da economia brasileira no momento de agravamento da crise econômica internacional. Esta força nos dá motivos objetivos para acreditar que a desaceleração econômica no Brasil será mais curta e de menor intensidade que em outros países", disse Meirelles por meio da assessoria de imprensa do BC.
No dia em que o Comitê de Política Monetária (Copom) inicia a última reunião do ano para decidir sobre a taxa Selic e em meio à pressão política para que o BC inicie o corte dos juros, Meirelles reafirmou a expectativa de que o País deve, a despeito da crise, continuar em expansão. "A manutenção dos sólidos fundamentos da economia brasileira vai dar confiança às empresas e famílias para manterem seus planos de médio prazo, permitindo que o País continue crescendo", afirmou.
Na avaliação do presidente do BC, o Brasil tem enfrentado a crise "com serenidade" porque há "consistência da política econômica que alia responsabilidade fiscal com câmbio flutuante e metas de inflação".

País deve crescer 3,3% em 2009 e não terá recessão
A economista-chefe do banco ING, Zeina Latif, afirmou que o Brasil não deve registrar recessão em 2009, pois avalia que o movimento de desaceleração da economia, provocado em grande parte pela crise financeira internacional, deve exibir maior impacto no quarto trimestre deste ano. Ela trabalha com o cenário de que o Produto Interno Bruto (PIB) deve cair por volta de 0,5% entre outubro e dezembro na margem, mas deve variar de 0% a 0,5% positivo de janeiro a março ante o último trimestre de 2008. "Mesmo com uma queda de 0,5% no quarto trimestre, o PIB deve apresentar uma expansão de 6% em 2008", estimou a especialista. Para 2009, ela prevê que o País deve crescer 3,3%, pois contará com um impulso de 0,9 ponto percentual a partir do crescimento que deve ser apurado neste ano.
"A crise provocou uma queda abrupta do nível de atividade no quarto trimestre, especialmente pelo lado da oferta. Isso ocorreu devido à redução muito intensa da concessão de crédito, que foi uma forma de adequação dos bancos ao credit crunch registrado em todo o mundo", afirmou Zeina. A economista ressaltou que até o terceiro trimestre o PIB apresentou um vigoroso desempenho em função de alguns fatores, sobretudo por causa das condições excessivamente favoráveis na concessão de crédito ao consumidor para a aquisição de bens duráveis. O PIB registrou alta de 1,8% de julho a setembro, ritmo robusto que significa uma elevação anualizada de 7,39%.
Zeina apontou que os dados do PIB do terceiro trimestre apresentaram duas notícias que chamaram a atenção: do lado positivo, foi o incremento dos investimentos, que registraram uma alta de 6,7% sobre o mesmo trimestre do ano anterior, acima da sua previsão de 4,9%. A nota negativa, segundo ela, ficou pela contínua expansão dos gastos do governo, que subiram 6,4% de julho a setembro ante os mesmos três meses do ano passado, acima dos 4,4% estimados pela especialista.
"O governo já vem adotando uma política fiscal pró-cíclica. O aumento dos gastos do Poder Executivo, especialmente em custeio, é uma medida pouco eficiente", comentou. "Deveriam ser ampliados os investimentos em infra-estrutura, que contribuem para a ampliação do produto potencial", afirmou, ressaltando que ajudaria também a reduzir as pressões de alta da inflação. Para este ano, ela estima que o IPCA deve subir 6% e desacelerar em 2009 para a marca de 4,5%, o centro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Mesmo com a estimativa de desaceleração da inflação, Zeina acredita que o Banco Central deverá ter cautela para reduzir os juros no próximo ano, o que para ela só deve ocorrer no segundo semestre. Na sua avaliação, há uma perspectiva de alta da inflação razoável no primeiro trimestre, que deve acumular elevação ao redor de 1,5% do IPCA, marca não muito distante do 1,7% apurado entre janeiro e março deste ano. O movimento de aumento dos índices de preços ao consumidor naqueles meses deve ser registrado por causa de alguns elementos como serviços e o reflexo da depreciação do câmbio registrada nos últimos meses.
"Assim como não é adequado elevar os juros com rapidez, também não é positivo reduzi-los enquanto a inflação não apresentar um quadro consolidado de queda", comentou. Zeina prevê que o Copom vai manter a Selic e a taxa básica fechará 2008 em 13,75%. Para ela, a taxa deve sofrer alguns cortes na segunda metade de 2009, encerrando o ano em 13%.

Lula diz que tem gente rezando
para a crise pegar o Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje que "tem gente rezando para que a crise pegue o Brasil para o Lula se lascar". A declaração foi dada em discurso durante cerimônia de inauguração de mais um trecho da ferrovia Norte-Sul, em Colinas, no Tocantins. "Existe uma propaganda sistematizada em favor da crise. Nós temos que falar da crise porque ela é profunda, mas não foi causada por nós."
Direcionado a uma platéia formada por operários da obra e por moradores da região, o discurso de Lula, feito de improviso e com o microfone à mão, foi mais uma tentativa do presidente de tentar estimular a população a continuar comprando. "Se todo o mundo parar de comprar, teremos a crise. Meu conselho é: se você tiver uma dívida, pague a dívida. Mas se tiver um dinheirinho e quiser comprar um computador, ou um fogão, compre, se puder", disse. Lula também voltou a adotar a estratégia de culpar os países ricos pela crise. "A crise aconteceu na Europa, nos Estados Unidos, causada pela especulação", afirmou, para acrescentar em outro momento do discurso que "quando alguém quer ganhar dinheiro sem produzir ou é ladrão ou é especulador". O presidente atribuiu à especulação os elevados preços a que chegaram o petróleo e os alimentos nos meses anteriores ao agravamento das turbulências. "Não havia razão para o petróleo custar US$ 150."





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